segunda-feira, 20 de agosto de 2007

| cinema | Ultimato Bourne

Mais uma trilogia que se fecha esse ano. E outra que se sai muito bem.

Não li os livros de Robert Ludlum. Por conta disso, não tenho como saber o quanto do Jason Bourne imaginado inicialmente pelo autor está gravado nos filmes. Mas com o fim desse capítulo na vida do espião, aumentou minha curiosidade em ler o material original. Quero ver como é que foi resolvido, em prosa, esse turbilhão de acontecimentos e reviravoltas que os três filmes mostram tão bem.

Em Identidade Bourne ( The Bourne Identity, 2002 ) fomos apresentados a um personagem que não sabe muito bem o que está acontecendo à sua volta. Ele apenas descobre estar sendo caçado pelo governo, e que seu corpo é uma máquina de matar muito eficiente. Desmemoriado, anda às cegas à procura de respostas, e entende que certas coisas é melhor nem lembrar.

Algumas de suas perguntas são redirecionadas em Supremacia Bourne ( The Bourne Supremacy, 2004 ) , depois de uma tentativa fracassada de manter uma vida normal, longe de tiros e agentes assassinos. Consegue algumas respostas, uma vingança e novas dúvidas, neste que é o filme mais corrido da série. Aqui também ele encontra amigos onde imaginava ter apenas inimigos.

E, finalmente em Ultimato Bourne ( The Bourne Ultimatum, 2007 ) temos as peças desse quebra cabeça mais ou menos montadas. O que se tem no fim é uma imagem reconhecível da trama e dos personagens, apesar de ainda existirem algumas lacunas. Essas lacunas, esses hiatos na história dão uma sabor especial, já que cabe a nós, expectadores, preenchê-las. E é bom aproveitar esse gostinho agora, enquanto a indústria de HollyWood não venha tentar explicar tintin por tintin toda a vida do agente federal com amnésia.

Esta terceira parte da história é uma evolução da trama, realmente. Enquanto nos filmes anteriores Jason Bourne ( Matt Damon ) quase que entrava em transe quando se defendia de ataques, neste ele já tem total controle sobre seu poder de fogo, assumindo a postura consciente de Arma Letal ambulante. Por conta desse controle adquirido aos poucos, ele agora já não mata todos ao longo do caminho, fortalecendo a idéia de que não é uma ameaça ao governo. Já fazem três anos que ele é caçado e suas lembranças começam a ficar mais claras, bem como a identidade das pessoas que o levaram a essa situação. Essa clareza de pensamento é que o torna perigoso, e o grupo que o queria morto agora passa por cima de todos para conseguir calar Jason. Ele sabe demais.

Jason não é McLane nem é Jack Bauer. Talvez seja um pouco dos dois, perseverante como o primeiro e racional como o segundo, numa boa mistura. Ele é treinado para matar, e seu corpo reage neutralizando sempre todo e qualquer inimigo, além de se proteger. Ele acaba saindo inteiro das inúmeras situações-limite nas quais é colocado, praticamente ileso. Isso poderia ser ruim para nós, espectadores que desejamos acreditar nos personagens. Mas não é: essa é uma série que, salvo algumas escorregadas, mostra um agente bastante crível, com uma história que poderia ser real, ou até baseada em fatos. Esse fator é reforçado neste último filme pela câmera inquieta, tremida, operada no ombro em takes próximos aos personagens. Assim, a imagem acompanha a ação de perto e que nos coloca inteiramente dentro do filme, quase como cúmplices.

Claro, existem os exageros inerentes a esse gênero, e algumas explicações são bem rasas. Mas são filmes divertidos de assistir, com uma boa história e com boas atuações. Nada excepcional nem brilhante, ninguém rouba a cena, especialmente porquê fica claro que os coadjuvantes realmente só estão lá para compor: em todos os filmes o foco é completo em Matt Damon. Ele leva muito bem a história sozinho, como já vem fazendo há algum tempo. É um ator que gosto de assistir, e que fez muito bem em se separar de seu amigo Ben Affleck. Eles se tornaram famosos fazendo filmes juntos, mas o Affleck é um ator ruim e que enveredou num caminho recheado de filmes bestas, enquanto Damon soube escolher bons papéis e manter um certo nível de qualidade.

Essa qualidade é bem vista em Ultimato Bourne, que é bom filme, boa diversão. Como disse, nada excepcional; vale a pena para quem já conhece e já gosta da série. Se é seu caso, assista.

4 comentários:

Felipe Barreira disse...

Eu vou conferir no cinema, depois comento.

San disse...

Acho que você vai gostar, Billy.
Comente mesmo depois.

Tati Reuter disse...

Oi! Verei, mas antes preciso me divertir com Os Simpsons... tudo bem por aqui? :)

San disse...

Tudo massa, Tati.
Me avise quando for ver Simpsons!

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