sexta-feira, 30 de março de 2007

| cinema | 300

Isso é assunto pra outro post, mas vou dizer aqui: apesar de adorar ir ao cinema, não tenho ido com muita frequência. Os motivos são vários e, de uma certa forma, fiquei mais seletivo quanto aos filmes que gostaria de assistir na telona.

Dito isso, vou revelar uma consequência decorrente dessa seletividade; um efeito colateral que, em 2007, vai acontecer algumas vezes: eu fico ansioso pra assistir esses filmes! Ansioso, de contar os dias, de suplicar por uma pré-estréia, de aguentar filas homéricas e me sujeitar a bagunças próprias de momentos de estréia de filmes. Não chega a ser uma neurose, mas tenho feito questão de ir assistir a esses filmes selecionados na primeira projeção possível.

300 estréia hoje, 30.03 .
Na quarta, quando peguei os horários da sexta-feira e quase compro logo meu ingresso, havia sido informado de que não existiria nenhuma pré-estréia. Mas ontem, através de Xande, fiquei sabendo de uma possível pré-estréia, que aconteceria às 21:20. A pedido dele ( e, obviamente, por um comichão incontrolável ) fui lá depois da faculdade confirmar a existência dessa pré-estréia.

Quando cheguei na bilheteria, já fui preparado para comprar ingressos para mim, Alice, Xande, Kali, Dinho, Rafilo, Beto e Daniel. A atendente me confirmou a que haveria a sessão, mas antes que eu pudesse passar o cartão e pagar os ingressos, ela me advertiu que seria uma exibição fechada, apenas para convidados, sem chances para mim, pobre mortal.
Não me aquietei: fui procurar o gerente, saber das possibilidades, conversar. Ele me explicou que não poderia me adiantar nada porquê ele só havia cedido o espaço, não havia organizado a sessão, que só com convite, que era promoção da distribuidora e d'A Tarde. Mas, para minha felicidade instantânea, depois de insistir um pouco disse as palavras mágicas: "Se você quiser esperar, e na hora a gente perceber que dá, eu te autorizo a entrar. Não acho que a distribuidora vá se opor, depende só da quantidade de convites que ela tenha distribuído."

Disse a ele que esperaria, claro!

Mas meu sentido aranha me dizia que aquela seria uma sessão muito concorrida, o que de fato aconteceu. Isso me incomodava, pois minha empreitada poderia ser um tremendo sucesso ou um grande fracasso, dependendo de como acontecesse.
Comecei a arquitetar meus planos para me enfiltrar na fila bagunçada que deveria se formar, e entrar no bolo na hora que eles perdessem o controle. Ou quem sabe dizer que estava com a pessoa de trás, que ela estava com meu convite e em seguida entraria correndo. Eu poderia também derrubar o cara que estivesse pegando os convites, ou até o ameaçar de morte, sei lá, havia decidido que iria entrar.

Enquanto divagava e treinava meus golpes, vejo um cara de óculos chegando vestindo uma camisa com a logo do filme estampada. Ainda faltava cerca de 1:20h pra começar a sessão: ou era um super nerd, ou ele fazia parte da organização. Ele tinha nas mãos uma sacola e as edições da Abril de 300 de Esparta. Para minha sorte, ele começou a sacar posteres do filme e levar para a frente da sala 6, onde seria a exibição. Fui até ele, puxei conversa. Fui direto, disse que sabia que a sessão era fechada, e queria saber como fazer pra entrar. Um tampinha que estava junto dele foi logo me cortando, dizendo que era impossível, que não adiantava esperar coisa nenhuma, e quase me empurrou me mandando embora.

O cara de óculos, que até então não tinha falado nada, me perguntou se eu era fã de Frank Miller. De supetão, respondi "Claro, sou usuário de Miller". Não sei de onde saiu isso. Fato é que ele olhou pra mim, achou que merecia o convite e me deu um, calando a boca do tampinha. Devo ter feito uma cara de felicidade muito grande, e o cara de óculos deu uns tapinhas em minhas costas, disse que eu arranjasse uma acompanhante e fosse ver o filme. Pedi a ele mais um convite, para outras pessoas, e aí ele negou...uma pena, mas também não insisti. Depois me arrependi um pouco, porque quando estávamos perto de entrar na sala ele saiu distribuindo esses convites a quem quisesse. Ter duas entradas acabou afastando a possibilidade de todas aquelas pessoas que eu iria comprar ingresso quisessem vir, desistindo. Não consegui falar nem com Rafael nem com Gate. Fiquei sozinho lá na fila.

Ticket to ride

Bom, não propriamente sozinho; como fui logo para os primeiros lugares, fiquei perto de fãs da hq, supernerds, e entrei nas conversas sobre cores, estilos e outras frivolidades. A fila se enchia, e a bagunça que eu havia previsto ia se formando atrás de nós. As duas filas iniciais estavam formando um grande bolo lá no fundo. Demoraram horas até que dessem acesso à sala. Ao entrar, não fiquei junto de meus novos amiguinhos supernerds, eles foram pra última fila. Eu preferi uma fila no meio, porque me pareceu melhor.

Estava sem relógio, mas devo ter esperado quase meia hora pra começar a assistir ao filme. Primeiro porquê não parava de entrar gente naquela sala. Ficou entupida, com gente sentada nas duas escadas laterais. Depois por causa de uma coisa que gelou a minha espinha: o projetor não estava funcionando! Eles tentaram passar os trailers 05 vezes! 5! Imagine a decepção: as luzes se apagavam, começava o trailer sem som, e quando o som entrava a imagem distorcia e sumia...5 vezes. Aquilo, na verdade, poderia acontecer quantas vezes quisesse, contanto que não acontecesse durante a projeção do filme.

Na sexta tentativa, colocaram o filme pra passar, sem trailers. Os primeiros segundos, assustadores, estavam sem som. Mas foi só no logo da Warner, felizmente durante o filme não aconteceu nada de extraordinário e ele foi projetado direitinho. Em alguns closes, a imagem estava um pouco granulada, mas nada que atrapalhasse muito. Enfim, começava o filme, que me faria ficar sem piscar por duas horas direto.

Continua...



segunda-feira, 26 de março de 2007

| pintura | Mundo Gump Lost Speed Paintings

Gosto muito do Mundo Gump, o Philipe parece ser um cara muito bacana, e não me lembro de nenhum post desinteressante. Eu, assim como ele, me interesso por muita coisa estranha.

Ele é designer, e usa o photoshop muito bem. Ele demonstra isso nesses dois vídeos abaixo, onde ele desenha e colore a Kate e Bolo fof....er... Hurley. Ele realmente fez isso rápido: ele levou 1h30min desenhando a Kate e umas 3h no Hugo, o que era de se esperar, porquê ele tem mais massa, ocupa mais espaço no papel do que a Kate ( enfim, essa foi uma piada infame com o gordinho, esqueçam o que eu falei e veja os vídeos. E visite o blog. E comente, se achar que deve).






sábado, 24 de março de 2007

| comida | O PF de Mariana

Essa semana conheci o Vale 9 conto , um blog de um pessoal que tenta sobreviver diariamente com 9 reais pra comer na selva paulistana. Vale a visita, é bem divertido. As situações que eles relatam realmente fazem parte de nossas vidas. Já deve ter acontecido com voc}es, não? conte aí sua experiência.


Acabei comentando com esse texto, que reproduzo aqui. O grupo citado era Eu, Alice, Tio Fil e Vivi.


É..essa vida de estudante/estagiário não é fácil.
Mas às vezes tem suas vantagens: Existem os encontros de estudantes, quando todos se reúnem para discutir essas problemáticas existencialistas dos acadêmicos. Além disso, obviamente , de viajar e fazer turismo barato, alguns beberem até morrer e comer de graça durante a estadia.

Em um desses encontros, longe do alojamento, com o dinheiro contado para o transporte e todo o estoque de suprimentos da mochila esgotado, encontramo-nos quase sem ação. Seria mais um daqueles dias em que o café da manhã solitário se encontraria apenas com o jantar, sem intermédio do tão judiado almoço.

Íamos nos contentar em comprar o cream-cracker et le gasose, prato comumente solicitado nessas situações. Mas não desistimos: Estávamos em Mariana, em Minas, estado famoso por sua gastronomia pujante, oras! Fomos andando e, depois de uma pesquisa que parecia durar horas (mas foi rápida porquê nosso ônibus sairia em pouco tempo) encontramos a maravilha que até hoje nos referimos com carinho como "O PF de Mariana".

Era um Self-service coma até explodir, com uma variedade de pratos mata-fome, como feijão tropeiro, bife-rolê, farofa e outras maravilhas mineiras. Existiam regras: poderia comer a quantidade que quisesse, mas em uma única investida aos pratos. Na modalidade mais barata, que todos conseguimos pagar e sobrou uma grana pros biscoitos doces coletivos para sobremesa, só podíamos escolher um tipo de carne. Mas - que beleza - o refrigerante era grátis! E era de garrafa de vidro!

Resultado: éramos um grupo de Baianos felizes em volta de uma mesa povoada de montanhas de comida e garrafas de refrigerante, numa terra estranha mas muito acolhedora. Momentos felizes do início da década, ainda hoje lembrados com uma nostalgia, e uma grande vontade de visitar Mariana novamente...

domingo, 18 de março de 2007

| escultura | Thomas Scott Kuebler

Haynes, O Mordomo simpático


Esculturas hiperrealistas são fascinantes. Ron Mueck é um excelente exemplo.

O artista Thomas Scott Kuebler segue um caminho parecido, numa escala mais próxima da real mas, em boa parte do trabalho, com um enfoque mais fantasioso; o site dele é bem bacana e merece ser visitado.
Duvido um pouco dessas imagens porquê me sinto com síndrome de São Tomé; até hoje só vi fotografias, que estão em um ambiente controlado, com luz programada e possíveis edições e correções feitas. Sinto uma vontade imensa de ver essas obras, e aí sim me espantar completamente. Veja bem, não duvido que sejam impressionantes; só estou deixando toda a carga de espanto pra quando estiver perto de uma delas.

Vi antes no Mundo Gump.

| pintura | Nico Di Mattia




Scarlett Johanson

Nico Di Mattia é um artista argentino que domina o photoshop. No perfil dele no YouTube tem alguns outros vídeos mostrando o que se pode fazer com uma tablet e bastante tempo livre.

Me impressiona sempre esse nível de controle da ferramenta, ver pessoas dedicadas que são realmente boas no que fazem. Nesse caso específico, fica uma voz aqui dentro repetindo que eu deveria me dedicar mais a isso, que deveria estudar mais, que tenho chances de fazer algo no mesmo quilate desse cara aí.

Aliás, essa é uma das resoluções\metas\desejos para esse ano: evitar uma tendência minha de deixar as coisas pra depois, confiando de que eu vou conseguir fazer tudo em tempo hábil, que uma noite sem dormir fazendo minhas coisas vai resolver tudo. Minha experiência pessoal mostra que nem sempre é assim, apesar de me achar até um cara responsável; mas é evidente minha falta de pontualidade com certas coisas, que eu ( e acho que outras pessoas à minha volta ) não quero mais tolerar.

Falando nisso, deixa eu voltar pro meu trabalho; tenho que me formar!

Vi no Saber é bom demais!


quinta-feira, 15 de março de 2007

| música | Teatro Mágico


"Os opostos se distraem e os dispostos se atraem!"

Essa é uma das maravilhosas frases cantadas por Fernando Aniteli, o líder d'O Teatro Mágico. Eles são um grupo de músicos que vem conquistando fãs pelo país, especialmente pelo posicionamento dos caras com relação ao seu trabalho. No vídeo abaixo, uma entrevista com o Fernando.




Contra burguês, baixe MP3


Aliás, no YouTube está lotado de vídeos de shows, pequenas aparições, algumas conversas e performances do público. Vale a pena dar uma olhada. Além de tudo, são boas músicas, gostosas de ouvir. Justo hoje, que pensei em escrever sobre eles, vi que o site está sendo modificado. Já era bacana antes, com bom conteúdo. Clique depois pra ver como ficou.

Clique aqui para letras de músicas.

A dica como um todo foi de Alice...ela é uma das fãs que esperam que o TM venha logo pra Salvador, e me parece que não é a única. Imagino que o público inteiro de Cordel(que está com disco novo ) vai adorar que O Teatro mágico dê as caras por aqui.

| Comportamento | Nova geração

Eu sou de 1980.

Isso significa que sou filho, neto, sobrinho de pessoas que vivenciaram ditadura, golpe militar, que viram Brasília ser pensada, inaugurada e esculhambada. Pessoas que assistiram, ouviram, gostaram ou detestaram os Beatles, Rolling Stones, A Jovem Guarda, o Tropicalismo. Provavelmente tiveram amigos ou conhecidos presos, talvez tenham usado calças boca-de-sino vermelhas. Devem ter olhado com alguma estranheza a pasta de dentes, e maravilhados as primeiras imagens da Terra vista de fora.

Essas pessoas, que me alimentaram, me educaram, devem me estranhar um pouco.

Ser de 1980 significa que vivi uma época completamente diferente da deles, mesmo que, paradoxalmente, eles também viveram os anos oitenta.
Eu fui criado com a TV no meu dia-a-dia. Eu joguei Atari, Nintendinho, Mega-drive. Assisti He-Man, Thundercats e Caverna do Dragão, e Rá-Tim-Bum e Anos Incríveis, Curtindo a vida Adoidado e toda a clássica Sessão da Tarde. Brinquei de Lango-Lango a Comandos em Ação. Ouvi rock nacional, e devo ter me vestido de alguma forma vergonhosa em algum momento de minha infãncia/adolescência. Em suma, fiz quase tudo o que se diz nesses incontáveis emails, posts, arquivos de powerpoint e vídeos de youtube que falam com tanta saudade dessa década.
Os anos 80 estão ( ou estiveram, durante um bom tempo ) na moda, e isso é bem fácil de explicar: nós, de 1980, já crescemos, somos a população economicamente ativa, já temos filhos e uma marca clara das pessoas com mais idade é a nostalgia. Em poucos anos o alvo vão ser os anos 90, e assim por diante.

Agora, antes de tudo, ser de 1980 significa uma coisa muito importante: nós, provavelmente, somos os caras com o maior poder de adaptabilidade que a raça humana já deve ter conhecido. Darwin se orgulharia, se pudesse presenciar. Nós vivenciamos o auge do século 20, no sentido tecnológico da coisa. E crescemos tendo que nos acostumar com novidades a cada instante. Não foram novíssimos e grandes inventos que aconteceram, como o avião, a bomba atômica e a TV ( estes sim, marcos de grandes saltos evolutivos ). Foram, na realidade, revoluções, transformações e evoluções contínuas e desenfreadas de coisas que já existiam . Foram grandes "Booms" ( pulinhos evolutivos, eu diria; mas feitos diariamente ): da Tv, do entretenimento de massa, do poder da (multi)mídia, de shopping centers, do computador, da internet, da banda larga, do telefone, do celular, da velocidade com que as informações são criadas, transmitidas e difundidas. Isso sem contar que florestas foram dizimadas, e a consciência ecológica já é obrigatória; que as redes de fast-food estão ainda aí, mas a consciência de que se deve cuidar do corpo é clara e evidente. Enfim, a todo instante nos deparamos com informações que se contradizem, com dogmas criados quando extinguem outros, com novidades que expurgam as coisas velhas. E tivemos que nos acostumar a elas, e saber como processá-las. E vivemos bem com isso. Eu sempre achei que, por conta dessa nossa "mutação", dessa nossa capacidade de absorção e uso de conhecimento adquirido, vamos viver muito mais que nossos pais e avós.

Mas e nossos filhos? Uma nova geração já está por aí, atuante. Ela é a anterior à geração de nossos filhos, e deve ter alguma influência sobre eles. São os nascidos em meados dos anos
90, os adolescentes atuais, os que agora começam a se preparar pra entrar numa faculdade, os que começam a entrar em idade comercialmente ativa. Já estão estudando eles, e como seu comportamento afeta as nossas vidas. Parece papo de gente velha, mas essa juventude já é diferente do que fomos; eles já nasceram sob o signo da tecnoogia, nada é novidade completamente, e as revoluções acontecem um pouco diferente.

O vídeo abaixo é sobre eles, a "Geração C", de conteúdo. Trata de como o conteúdo é gerado, gerido por eles. Como a propaganda a cada instante se volta pra eles. O vídeo é conhecido como "Rafinha", e fez parte da palestra de Gustavo Donda, da TV1, na 1ª Conferência de Web 2.0. É um bom documento.





domingo, 11 de março de 2007

| dança | "Nó", de Deborah Colker


Não sou conhecedor ou estudioso de arte e, por conta disso, provavelmente não seja o melhor crítico, ou minhas opiniões normalmente não tenham embasamentos teóricos. Mesmo nos casos de arquitetura, cinema, fotografia, música, quadrinhos, literatura, teatro ou artes plásticas, às quais dedico um bom tempo e grande parte de minha massa encefálica, não sou um teórico, normalmente não reconheço estilos, e na grande maioria das vezes minha opinião é guiada por alguma emoção qualquer que tive ao ter contato com a obra. Também muito por conta disso, procuro ir a todo lugar que possa despertar esse sentimento, e cada vez que estou experimentando uma peça artística, procuro entendê-la, naquele momento, com todos os sentidos. É essa experiência sensorial que vai ordenar meu pensamento, e muitas vezes talvez não passe do "gostei" ou "não gostei", e os motivos eu só vou conseguindo verbalizar com o tempo.

Ontem experimentei Deborah Colker.

E gostei, mas gostei muito! Hoje, depois de digerido um pouco as sensações que tive no teatro, ainda não sei completamente porquê. Apenas gostei. Mas eu consigo perceber uma grande diferença que aconteceu nesse espetáculo e que é novidade para mim: eu identifiquei a mensagem que a coreografia passava.

Explico: dança é uma forma de arte que, até ontem, não conseguia despertar em mim muita coisa além do interesse visual, de olhar o conjunto inteiro dançando, de analisar se os dançarinos estavam bem coreografados, afinados, sem erros. Mesmo com a ajuda da música, nunca enxerguei além dos passos, e a coreografia pouco me dizia, o figurino pouco importava. Não sou um leitor corporal dos mais eficientes, o que não ajuda muito.

1° ato - "Cordas"
fotos: divulgação

Ontem, como eu disse, foi diferente. Eu senti a interpretação dos dançarinos, eu identifiquei personagens. Durante a dança eu pude ler a história, de como eles se relacionavam, de como um interferia na vida do outro. Sem dizer uma palavra, somente com o corpo, me falaram de amor, amizade, traição, dor, raiva, felicidade, união, melancolia, prazer...

2° ato - "Vitrines"
fotos: divulgação


Os cenários nos dois atos, de uma simplicidade e inteligência incríveis, faziam parte da coreografia de uma forma intensa, reforçando a teatralidade. As cordas do primeiro ato eram, literalmente, o que unia os dançarinos, e a forma como eles usavam essas cordas ajudavam a entender como era a relação entre os personagens. No ato 2, "Vitrines", eles reduziram o campo de atuação dos dançarinos pra dentro do cubo de vidro, e aumentaram consideravelmente a complexidade da coreografia. Mais uma vez o cenário era um meio metafórico, que unia visualmente mas separava fisicamente as personagens.

As músicas, que identifiquei em parte, são fundo e personagem. Ela estava lá, pontuando as relações dos dançarinos que, de vez em quando, numa pausa ou num acorde de mudança, marcavam a presença da melodia na atuação deles. As músicas, que eram um pouco hipnotizantes, tinham um quê de mantra, de repetição, mas que mudavam de curso e ritmo à medida que cada pedaço da história era contada. Vale a pena ouvir novamente, vou procurar por aí a trilha. A setlist ( que vi no site deles ) foi essa:


1° ATO - Cordas

1. Bondage : Monoaural
2. Vocais : Monoaural
3. Wisdom Eye : Alice Coltrane
4. Elásticos : Monoaural
Teclado - Hiromi (músico convidado)
com sample de "They Trew" (Liars)
5. Novi Singers Remix : Novi Singers / Monoaural com samples de "Five, Four, Three" e "Next
Please" (Novi Singers)
6. Trace : Harmonia 76
7. ?ter : Monoaural Vibrafone - Guga Stroeter (músico convidado)
8. Concerto para Piano & Orchestra em G Maior 2, Adagio (Ravel) : Argerich / Abbado - London Symphony


2° ATO - Vitrines

9. My One and Only Love : Chet Baker
10. Pad : Bobby Summers
11. Coisa N°1 : Moacir Santos
12. Coisa N°4 (Remix) : Moacir Santos / Monoaural
13. Love Theme from Spartacus : Garbo Szabor
14. Amorfo Remix : Monoaural com samples de "Sadness" (Ornette Coleman Trio), "Yucatan"? (Sun Ra), "Los Caballos" (Alice Coltrane) e "Black Is The Colour Of My True Love's Hair" (Patty Waters)
15. Elegant : Henry Mancini And His Orchestra
16. Preciso Aprender A Ser Só (Remix) : Elizeth Cardoso / Monoaural


O TCA estava lotado, não me lembro de ter visto isso antes. Lotado, mesmo, a sala principal com raríssimas poltronas vazias. E esse povo todo, no fim da apresentação, ficou bem uns três minutos batendo palmas de pé. E foi muito merecido. Essa experiência foi fantástica e, na saída do teatro, quando encontramos alguns dos dançarinos, não consegui dizer muita coisa além de "fabuloso", "parabéns", e "obrigado". Espero assistir a outros espetáculos desse nível, espero que venham aqui novamente.
Eu vou fazer de tudo pra estar lá.


Clique aqui para o site deles.

quinta-feira, 8 de março de 2007

| revista | IdeaFixa 5

Marcelo Camelo por Jorge Bispo


A IdeaFixa é uma revista online sobre arte, que convida a cada edição novos artistas a mostrarem seus trabalhos. Nesta que é a número 5 ( não deixem de ver as outras ) o tema é a Mulher, representada em fotos, grafismos, rabiscos, pinturas, colagens...


Clique aqui e confira.
Pode pular a parte que pede seu email, não tem nenhuma restrição para quem não for cadastrado.

sábado, 3 de março de 2007

| trailer | Scary Mary

Fazer trailers falsos, usando como base filmes consagrados não deve ser uma prática nova, mas que ficou muito mais frequente depois do boom do YouTube. Se não me engano, quem abriu essa temporada foi o fantástico "Brokeback to the Future", satirizando a trilogia dos McFly na onda do sucesso do filme de 2005.

Hoje conheci essa outra pérola. Com vocês, "Scary Mary":






Dica de Alice.

| utilidades domésticas | Konstantin Slawinski



A Konstantin Slawinski é uma empresa alemã com quase um século de fundada, e que tem uma certa tradição em produzir utensílios para casa. Ainda hoje usa de processos artesanais na sua linha de montagem, e vem atualizando seu catálogo para continuarem competitivos, ao meu ver. No site deles estão alguns produtos que eles estão expondo em uma feira de utilidades para casa, já fruto dessa atualização do seu design. Não são peças estupendas ou extremamente inovadoras, mas gostei do bom design que eles estão produzindo.

quinta-feira, 1 de março de 2007

| propaganda | HP Hands

"O computador voltou a ser pessoal!"
Esse é o slogan da publicidade que a HP vem fazendo dos seus computadores, especialmente para os seus notebooks. A campanha, intitulada "Hands", é visualmente bem trabalhada e usa do relato ( muito bem animado ) de algumas pessoas de sucesso em suas áreas de atuação para mostrar como o computador faz partes de suas vidas. Bom conceito, boa execução.


As Personalidades:


Paulo Coelho




Vi no Brain#9

| dança | Pilobolus

Esse ano o Oscar mostrou, entre as apresentações dos resultados, esquetes muito bacanas com um grupo chamado Pilobolus, fazendo em contra-luz referências a filmes importantes de 2006. As apresentações foram compiladas aqui:



Eles já fizeram um comercial para a Hyundai, chamado "Life Shapes":



Clique aqui para o site deles.

Vi isso no Brain#9

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