Mais uma trilogia que se fecha esse ano. E outra que se sai muito bem.
Não li os livros de Robert Ludlum. Por conta disso, não tenho como saber o quanto do Jason Bourne imaginado inicialmente pelo autor está gravado nos filmes. Mas com o fim desse capítulo na vida do espião, aumentou minha curiosidade em ler o material original. Quero ver como é que foi resolvido, em prosa, esse turbilhão de acontecimentos e reviravoltas que os três filmes mostram tão bem.
Em Identidade Bourne ( The Bourne Identity, 2002 ) fomos apresentados a um personagem que não sabe muito bem o que está acontecendo à sua volta. Ele apenas descobre estar sendo caçado pelo governo, e que seu corpo é uma máquina de matar muito eficiente. Desmemoriado, anda às cegas à procura de respostas, e entende que certas coisas é melhor nem lembrar.
Algumas de suas perguntas são redirecionadas em Supremacia Bourne ( The Bourne Supremacy, 2004 ) , depois de uma tentativa fracassada de manter uma vida normal, longe de tiros e agentes assassinos. Consegue algumas respostas, uma vingança e novas dúvidas, neste que é o filme mais corrido da série. Aqui também ele encontra amigos onde imaginava ter apenas inimigos.
E, finalmente em Ultimato Bourne ( The Bourne Ultimatum, 2007 ) temos as peças desse quebra cabeça mais ou menos montadas. O que se tem no fim é uma imagem reconhecível da trama e dos personagens, apesar de ainda existirem algumas lacunas. Essas lacunas, esses hiatos na história dão uma sabor especial, já que cabe a nós, expectadores, preenchê-las. E é bom aproveitar esse gostinho agora, enquanto a indústria de HollyWood não venha tentar explicar tintin por tintin toda a vida do agente federal com amnésia.
Esta terceira parte da história é uma evolução da trama, realmente. Enquanto nos filmes anteriores Jason Bourne ( Matt Damon ) quase que entrava em transe quando se defendia de ataques, neste ele já tem total controle sobre seu poder de fogo, assumindo a postura consciente de Arma Letal ambulante. Por conta desse controle adquirido aos poucos, ele agora já não mata todos ao longo do caminho, fortalecendo a idéia de que não é uma ameaça ao governo. Já fazem três anos que ele é caçado e suas lembranças começam a ficar mais claras, bem como a identidade das pessoas que o levaram a essa situação. Essa clareza de pensamento é que o torna perigoso, e o grupo que o queria morto agora passa por cima de todos para conseguir calar Jason. Ele sabe demais.
Jason não é McLane nem é Jack Bauer. Talvez seja um pouco dos dois, perseverante como o primeiro e racional como o segundo, numa boa mistura. Ele é treinado para matar, e seu corpo reage neutralizando sempre todo e qualquer inimigo, além de se proteger. Ele acaba saindo inteiro das inúmeras situações-limite nas quais é colocado, praticamente ileso. Isso poderia ser ruim para nós, espectadores que desejamos acreditar nos personagens. Mas não é: essa é uma série que, salvo algumas escorregadas, mostra um agente bastante crível, com uma história que poderia ser real, ou até baseada em fatos. Esse fator é reforçado neste último filme pela câmera inquieta, tremida, operada no ombro em takes próximos aos personagens. Assim, a imagem acompanha a ação de perto e que nos coloca inteiramente dentro do filme, quase como cúmplices.
Claro, existem os exageros inerentes a esse gênero, e algumas explicações são bem rasas. Mas são filmes divertidos de assistir, com uma boa história e com boas atuações. Nada excepcional nem brilhante, ninguém rouba a cena, especialmente porquê fica claro que os coadjuvantes realmente só estão lá para compor: em todos os filmes o foco é completo em Matt Damon. Ele leva muito bem a história sozinho, como já vem fazendo há algum tempo. É um ator que gosto de assistir, e que fez muito bem em se separar de seu amigo Ben Affleck. Eles se tornaram famosos fazendo filmes juntos, mas o Affleck é um ator ruim e que enveredou num caminho recheado de filmes bestas, enquanto Damon soube escolher bons papéis e manter um certo nível de qualidade.
Essa qualidade é bem vista em Ultimato Bourne, que é bom filme, boa diversão. Como disse, nada excepcional; vale a pena para quem já conhece e já gosta da série. Se é seu caso, assista.
4 comentários:
Eu vou conferir no cinema, depois comento.
Acho que você vai gostar, Billy.
Comente mesmo depois.
Oi! Verei, mas antes preciso me divertir com Os Simpsons... tudo bem por aqui? :)
Tudo massa, Tati.
Me avise quando for ver Simpsons!
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