domingo, 27 de maio de 2007

| modo de vida | Sono Polifásico

Não sei se já contei, mas já fiz experiências com o sono polifásico.

Você conhece? na Wikipedia tem um artigo interessante, dê uma olhada.

Consiste, basicamente, de dormir por pouco tempo, algumas vezes ao dia. Seriam seis turnos diários de quatro horas, divididos cada um em três horas e meia desperto e meia hora de sono. A intenção é que, ao se dormir menos, o corpo chegue aos níveis de descanso com mais velocidade.

Ainda sem conhecer o termo, ou mesmo ter lido sobre isso, comecei a praticá-lo em 1996-97, no auge da minha bagaceira no CEFET. Eu passava os dias inteiros lá, das 7:00h às 20:00h, com estágio ( não remunerado.... ) no meio. Por conta de minha mania de esperar todas as outras pessoas pegarem suas respectivas conduções ( leia-se todos os meninos esperando as meninas irem pra casa, num ponto que se desertificava em minutos ) eu só chegava em casa depois das 22h. Diariamente. Foi assim durante esses dois anos, e em 98-99 melhorou um pouco ( eu chegava até mais tarde, mas era menos cansativo porque eu tinha um turno livre, se precisasse dele. E eu passei a receber a incrível e inacreditável bolsa de meio salário mínimo e vale transporte!) .

A história do Sono polifásico começou quando minhas horas livres tinham que ser dedicadas aos intermináveis trabalhos, ao sono, à minha parca alimentação e alguma diversão, senão eu pirava ( ou piorava, em algumas versões ). Sempre funcionava pra mim chegar em casa e dormir logo, pra acordar em torno de 2 ou 3 da manhã e seguir direto - ou seja, umas quatro horas de sono diário, que eu compensava acordando aos sábados somente ao meio-dia. Mas eu ficava péssimo a partir das quartas ou quintas, além de nem sempre dar conta de fazer tudo o que devia.

Assim comecei, sem ler nada, a dividir o sono: eu chegava, dormia um pouquinho, acordava e fazia uma coisa, quando cansava ia dormir de novo, e por aí ia. No CEFET, dormia religiosamente depois do almoço, e algumas vezes ia para um dos maravilhosos esconderijos que existem naquela escola pra tirar uma soneca rápida. Acabei pesquisando sobre o assunto, e descobrir que Leonardo da Vinci e Thomas Edison faziam praticavam o sono polifásico, passei a tratar o caso com mais seriedade.

Arrumei as horas direitinho: ficava acordado das 2:30h às 6:00h, dormia a primeira metade da viagem e ficava acordado até as 10h, hora do espaço entre as aulas. Depois dessa dormida, ficava até 14h acordado, quando almoçava e dormia no trajeto até o estágio. Trabalhava até as 18h e dormia novamente voltando pro CEFET. Tinha as últimas aulas e dormia assim que chegava em casa, às 22h. Fazia o que tivesse que fazer até as 2h, quando dormia e fechava o dia, começando o ciclo novamente.

Foi uma desgraça no início, as duas, três primeiras semanas em que fiz isso direitinho mesmo, anotando e usando despertador foram das piores que já passei. Mas o corpo acostumou, vejam só: com um mês já percebia os benefícios, e meus dias pareciam muito melhor aproveitados. Entregava os trabalhos antes do prazo, não ficava cansado, o basquete rendia bem, conseguia assistir a meus filmes e ler bastante. Eu relaxava um pouco no fim de semana, mas só no início: depois que acostumei, fazia igualzinho nos sábados, domingos e feriados. Exatamente o resultado que eu esperava, depois do sofrimento inicial. Sensacional!

Mas eu não contava com os efeitos colaterais. Como o corpo estava acostuma completamente àquilo, não conseguia fugir nem que quisesse. Ou seja, eu ficava acordado mesmo quando não tinha absolutamente nada pra fazer. Simplesmente não conseguia dormir. Ou, muitas vezes, precisava dormir senão teria um treco, justo na hora em que contavam comigo pra alguma coisa. Claro, não podia exigir que as pessoas à minha volta se adequassem a essa viagem, que era só minha. E não tinha ainda completo controle pra delinear minha vida em função desse esquema de sono. Tinha dias que eu ficava completamente Zumbi, sem nem pensar direito, se não dormisse nas horas certas. Ou que eu dormia no meio de uma festa, encostado num canto. Assim, não cheguei a ficar nem um ano direto fazendo isso, e deixei de lado esse hábito.

Não me desvinculei disso totalmente. Ainda durmo nos ônibus quase que instantaneamente, por exemplo. Defendo veementemente o cochilo depois do almoço. Quando estou fazendo trabalho, normalmente tiro umas sonecas rápidas, pra aliviar o cansaço, e ainda fico bem renovado depois. Mas nada disso é regrado, e só voltaria a praticar o sono polifásico de novo quando pudesse controlar completamente meus horários. Mesmo passando por maus bocados, ainda acho que traz mais melhorias do que problemas.


A motivação dessa escrita foi esse post no excelente Digital Drops. Um despertador programado pra funcionar com praticantes do Sono Polifásico.



Bacana, mas não é pra mim.
Pelo menos por enquanto.

3 comentários:

Felipe Barreira disse...

Nunca experimentei o sono polifásico pois nunca tive condições. Eu sempre dormi tarde e tive que acordar cedo e dofri mutio com isso na época da faculdade, pois tinha que concilair as aulas às 7 da manhã na Lapa com as farras até altas horas e o trabalho. Durante um tempo eu passava a mairo parte do tempo zumbi, até que descobri que se dormisse uma quantidade de horas ímpares acordava mais disposto, então passei a dormir cada vez menso e descontava nos fins-de-semana, acordando depois de uma da tarde.
Hoje em dia em durmo antes de meia-noite e acordo por volta das sete. Não bebo durante a semana e não como nada antes de dormir. A qualidade do meu sono e da minha vida melhorou muito.
Há algu mtempo que não fico acordado à madrugada toda.

San disse...

POis é, eu agora tenho estado acordado por um bom tempo e dormindo pouco, por conta do bendito TFG. Espero regularizar meu sono em breve.

Bom saber que seu organismo se regulou por aí, e que você consegue as 8 horas de sono.

Eu até toparia tentar de novo o sono polifásico, se tivesse controle total sobre meus horários. Imagino que, como profissional liberal, talvez conseguisse.

Só me falta ler um pouco mais sobre ele, pois deve ter evoluído alguma coisa nesses últimos dez anos. Teria que saber, por exemplo, se essas 3h de sono mais profundo, mas divido, são mais eficazes do que 8h de sono direto.

Fábio disse...

Rapaz, só de ler sua rotina polifásica de sono fiquei cansado. Para me recuperar será preciso um sono monofásico de 10 horas!!!

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