quinta-feira, 19 de julho de 2007

| música | Baia

Sabe, nunca fui um fã ardoroso, daqueles que têm tudo o que é publicado/noticiado sobre o artista. O motivo é bem simples: pra me sentir realmente fã de alguém tenho que conhecer bastante a pessoa, ter o olho no olho, ter algum contato pra que possa admirar a pessoa e não só o trabalho.

Pois bem, estou abrindo uma exceção pra Maurício Baia.

No show que fui mês passado tive a oportunidade de falar com ele, e já tinha gostado do cara. Acessível, simples, o tipo de pessoa que é legal conhecer. Mas, obviamente, a gente não conversou nem nada (Xande até conseguiu isso ) mas fui com a cara dele, que é bastante carismático.

Foi um show muito bom mas um pouco estranho pelo horário, pela espera sacal, pelo fim abrupto. E haviam apenas uns poucos que conheciam as músicas. Mesmo a banda que acompanhou Baia não as conhecia muito bem, e mal tiveram tempo pra ensaiar.

Acabei de chegar de uma apresentação completamente diferente. No Theatro XVIII, em um palco, sozinho com seus violões e com uma platéia de pessoas que conheciam o trabalho dele, Baia ficou bastante à vontade. Cantou seu universo, que inclui Bob Dylan, Raul, Chico Buarque e Gonzagão. Cantou, além de músicas do novo cd, uma série de "clássicas" dos tempos de Rockboys. Cantou inclusive "O comedor de calango..." e "Pesadelo 22A", que fiquei esperando da outra vez. E pra "Pesadelo.." ele contou uma história antes, da situação que resultou na música. Aliás, essas conversas e comentários entre as músicas são o molho que deixou todos à vontade, apesar de ter levado um tempo pra todo mundo cantar junto. Mas todos riram bastante com ele, e foi uma diversão daquelas que passa voando. Foi quase como uma conversa dessas de bar, com um velho bróder contando causos e piadas. As letras remetem a isso, porque são crônicas, histórias que todo mundo se identifica de alguma forma, apesar de serem experiências vividas pelo próprio Baia.

Cabe aqui comentar a atitude de Baia, que reforça minha condição de fã do cara: a primeira foram quando ele pediu pro iluminador diminuir as luzes "por uma questão de princípios". Porra, sensacional o cara querer viver de música, mas não querer muita luz em cima dele...só um pouco, só o suficiente pra passar sua mensagem. Outra atitude bacana foi ele, meio atrapalhado com os acessórios que usou pra tocar, dizer coisas do tipo "Vir sozinho é fogo, fico me confundindo todo...mas somos amigos, cês num ligam pra essas bobagens, ?", de cara criando cumplicidade, e mostrando mais uma vez como é carismático. E ele pediu nossa ajuda pra montar o setlist: "tenho aqui uma lista, mas se vocês acharem que falta alguma coisa digam aí que eu canto". Impossível não ter a certeza que o cara á muito gente boa.

E musicalmente, alguns recursos que ele usa são bem divertidos. Ele abusa de músicas incidentais, e trouxe pout porris interessantes, com músicas que se encaixavam muito bem. E ele fica fazendo barulhos pra imitar sons de instrumentos que fazem parte da música, errando algumas palavras, do jeito que todo mundo acaba cantando mesmo. Massa, no fim das contas ele estava claramente se divertindo tanto quanto a gente!

Quem não conhece, visite o site dele, baixe as músicas e se divirta também.

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse foi o menor post já feito.
Tem prêmio pra isso? Rs...

Fábio disse...

Depois deste post e do de Xande sobre o outro show eu fiquei curioso.

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